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11/01/2021 Campanha tem com o lema Todo Cuidado Conta. Neste mês da campanha Janeiro Branco, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) chama a atenção para a importância dos cuidados com a saúde mental, que vem sendo afetada em todo o mundo pela pandemia do novo coronavírus. Em março do ano passado, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) já advertia, em artigo internacional publicado no 'Brazilian Journal of Psychiatry', que a pandemia traria uma quarta onda relativa às doenças mentais. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) relatam que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%. A depressão é uma doença que afeta 4,4% da população mundial. O Brasil é ainda o país com maior prevalência de ansiedade no mundo (9,3%). Esta é a 8ª edição da campanha Janeiro Branco, com o lema “Todo Cuidado Conta”. A ação deste ano busca promover um pacto pela saúde mental em meio à pandemia da covid-19. A ideia da campanha foi criada em 2014, por um grupo de psicólogos de Uberlândia (MG), e faz alusão ao início do ano, considerando janeiro como uma “página em branco” para ser preenchida com novas metas, objetivando o bem-estar da saúde mental. Na avaliação da psiquiatra Emanuella Halabi, a campanha é essencial para todas as pessoas, principalmente para os pacientes psiquiátricos que sofrem muito preconceito ainda com relação a isso. “É preciso incentivar cada vez mais as pessoas a procurarem ajuda, a buscarem auxílio, porque muitas vezes, também, as pessoas que possuem algum transtorno psiquiátrico sentem muita vergonha de procurar sua saúde mental, procurar se cuidar pelo estigma que isso causa”. A psiquiatra insistiu que o Janeiro Branco é importante para todos. “Foi criado em janeiro porque é um ano novo, de renovação. A gente considera como um período de renovação de projeções e uma delas é poder se cuidar, é a gente investir na nossa saúde mental, em tratamento”. Ansiedade e depressão Para depressão, os números saltaram de 4,2% para 8%, caindo em junho para 6,6%. Filgueiras disse à Agência Brasil que essa retração não recuperou o crescimento inicial. O professor da Uerj acredita que exista uma tendência de queda da depressão, porque ela estava mais associada aos aspectos de isolamento social e de confinamento. No caso de crise aguda de ansiedade, o número subiu de 8,7% na primeira coleta para 14,9%, na segunda coleta, ficando em torno de 15%, em junho. “Já a ansiedade parece estar mais ligada a risco de morte, de contaminação, e às incertezas que o futuro está nos apresentando, principalmente em termos de dificuldade econômica”. Segundo Filgueiras, a questão da vacina contribui também para aumentar a ansiedade. Para o professor da Uerj, os dados relacionados ao pico da epidemia já foram coletados. Afiançou que, agora, estamos no período de diminuição da curva. Planos de saúde O Mapa Assistencial da Saúde Suplementar mostra que as consultas psiquiátricas por mil beneficiários de planos de saúde subiram 80% entre 2011 e 2019, enquanto as consultas de psicologia por mil beneficiários evoluíram 199% e as consultas e terapia ocupacional também por mil beneficiários subiram 276%. Ainda no período compreendido entre 2011 e 2019, as internações psiquiátricas por 100 mil beneficiários cresceram 152% e as internacões em hospital/dia de saúde mental por 100 mil beneficiários aumentaram 383%. Em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi), a ANS está fazendo pesquisa quantitativa junto a empresas contratantes de planos de saúde para abordar, entre outros temas, as ações para cuidados com a saúde mental dos trabalhadores da indústria durante a pandemia e no cenário pós covid-19. Saúde mental x pandemia Recomendações Uma série de cartilhas lançada pela Fiocruz faz recomendações para o enfrentamento dos desafios da saúde mental. Algumas delas sugerem que a pessoa reconheça e dê acolhimento a seus receios e medos, procurando outras pessoas de confiança para conversar; a retomada de estratégias e ferramentas de cuidado que tenham sido usadas em momentos de crise ou sofrimento e ações que trouxeram sensação de maior estabilidade emocional; investir em exercícios e ações que auxiliem na redução do nível de estresse agudo, entre os quais meditação, leitura, exercícios de respiração, artesanato; estimular ações compartilhadas de cuidado, evocando a sensação de pertencimento social, como as ações solidárias e de cuidado familiar e comunitário. A Fiocruz recomenda também que a pessoa mantenha ativa a rede socioafetiva, estabelecendo contato, mesmo que virtual, com familiares, amigos e colegas; evite o uso do cigarro, álcool ou outras drogas para lidar com as emoções; busque um profissional de saúde quando as estratégias utilizadas não estiverem sendo suficientes para sua estabilização emocional. Se a pessoa estiver trabalhando durante a pandemia, deve ficar atenta a suas necessidades básicas, garantindo pausas durante o trabalho e entre os turnos. Edição: Nélio de Andrade Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil Original: http://www.brasiliaweb.com.br/integra.asp?id=48032&canal=2&s=96&ss=0 |
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